Translate

Emissões de Papel-Moeda do Primeiro Banco Português (1810)

O primeiro banco português não foi fundado em Portugal, mas sim no Brasil, pois nesta época o Brasil era uma colónia portuguesa. 

Bilhete de 4$000 Réis de 1810
O crescimento dos gastos com a presença da Corte portuguesa no Rio de Janeiro e a falta de metal precioso levaram à necessidade de emissão de moeda de papel para atender ao comércio. D. João VI criou, por alvará régio de 12 de Novembro de 1808, o Banco do Brasil, o quarto banco emissor a aparecer no mundo, precedido pelo Banco de Estocolmo (1656), Banco de Inglaterra (1694) e pelo Banco da França (1700).

Bilhete de 6$000 Réis de 1810

Em 1810 tiveram lugar as primeiras emissões do Banco do Brasil para atender como sempre às despesas do governo. Eram bilhetes preenchidos e assinados a mão, apresentados em talões e recortados de modo a facilitar a verificação de autenticidade pela coincidência da linha de corte.


Bilhete de 40$000 Réis de 1810
Com a derrocada de Napoleão em 1815, D. João, inspirado pelo Congresso de Viena, eleva o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. Com a queda do império napoleónico, D. João VI retorna a Portugal em 1821 para reassumir o trono, ameaçado pela Revolução Constitucionalista do Porto. Ao retornar D. João VI a Portugal, seu filho D. Pedro assume o governo do Reino na condição de Príncipe Regente. 


Bilhete de 90$000 Réis de 1810



Bilhete de 100$000 Réis de 1810
Em 31 de Dezembro de 1821 foi instituído o primeiro Banco em Portugal, o Banco de Lisboa. No entanto, as tentativas do governo constitucional de Lisboa de fazer o Reino do Brasil reverter à condição de colónia aceleram o processo, levando o próprio Regente a proclamar a independência em 1822 e a ser aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o título de D. Pedro I.

HSV-2 Swift (EUA)

HSV-2 Swift (USA)
(2003-2013)
Características
Deslocamento: 1 695 toneladas
Dimensões: 98 m comp; 27 m boca
Propulsão: 4 maquinas Caterpillar 3618, 4 Waterjets Lips LJ120E 40.000 c.v.
Velocidade: 47 nós
Autonomia: 1100 milhas
Guarnição: 103 marinheiros

Armada Real Portuguesa: As Naus da Era dos Descobrimentos (1497-1647)

Nau é denominação genérica dada a navios de grande porte que foi muito utilizada em meados do século XV e XVI. Devido à pirataria que assolava a costa portuguesa e ao esforço nacional de criação de uma armada para as combater, as naus redondas passaram a ser utilizadas também na marinha de guerra. Nesta altura, foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de artilharia: naus de três pontas (100 a 120 bocas) e naus de duas pontas e meia (80 bocas). A capacidade de transporte das naus redondas também aumentou, alcançando as duzentas toneladas no século XV, e, as quinhentas, no século seguinte.

Nau "São Gabriel" (1497-1499)
A nau São Gabriel serviu como nau-capitânia da armada de Vasco da Gama durante a sua primeira viagem na Descoberta do caminho marítimo para a Índia, que aconteceu no período de 1497-1499.
 Modelo da Nau São Gabriel
Até hoje paira uma grande dúvida sobre a célebre nau São Gabriel. Esta nau, que foi a embarcação-capitânia (nau de comando) da pequena frota de Vasco da Gama, foi utilizada por Pedro Álvares Cabral para comandar a frota que veio ao Brasil em 1500? A resposta é: tudo parece indicar que sim. 
Características técnicas
Deslocamento: 120 toneladas
Dimensões: 31 m comp.; 9,80 m boca; 4,4 m calado
Propulsão: Vela
Armamento: 20 Bombardas
Guarnição: 70 marinheiros

Nau "São Rafael" (1498-1499)
A nau São Rafael foi construída pelo mesmo estaleiro e ao mesmo tempo para o mesmo fim da nau São Gabriel e as suas dimensões eram semelhantes.
Nau São Rafael
A nau São Rafael foi queimada ao largo de Mombaça, no local que ficou conhecido por baixos de São Rafael.

Nau "Esmeralda" (1498–1503)
A Esmeralda foi uma nau portuguesa, que pertencia à Carreira da Índia e estava incluída na 2ª armada de Vasco da Gama. Terá naufragado em maio de 1503, matando todos os tripulantes a bordo ao largo da ilhas de Curia Muria.
 Nau Esmeralda
 O navio foi descoberto em 2016. Depois da sua descoberta foram recuperadas várias preciosidades arqueológicas do navio, incluindo sinos, canhões e discos de cobre com a marca da família real portuguesa. Foi nos destroços do Esmeralda que foi encontrado, em 2013, o segundo exemplar conhecido da moeda de prata criada por D. Manuel especificamente para o comércio com a Índia. Tambem foi encontrado um astrolábio datado de 1498 e é considerado o mais antigo astrolábio do mundo recuperado. Mede 175 milímetros, pesa 344 gramas.

Nau "El-Rey" (1500-1501)
A El-Rei, ou El-Rey, na grafia quinhentista portuguesa, foi uma nau da Carreira das Índias que fez parte da 2ª Armada da Índia comandada por Pedro Álvares Cabral, que partiu de Lisboa a 9 de Março de 1500, com mais treze naus e 1 500 homens. A frota cruzou a Linha do Equador a 9 de abril e navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente africano, utilizando uma técnica de navegação conhecida como a volta do mar. Os marujos avistaram algas-marinhas no dia 21 de abril, o que os levou a acreditar que estavam próximos da costa. Provou-se estarem certos na tarde do dia seguinte, quarta-feira, 22 de abril de 1500, a tripulação da nau El-Rei, avista o Brasil e ancoram na costa do Monte Pascoal. 
Representação da nau El-Rey
Depois da chegada a Calecute a 13 de setembro, e depois da instalação da feitoria e do seu posterior ataque (16 ou 17 de Dezembro), a nau El-Rei também participa no bombardeamento da cidade de Calecute. Por fim, carregada de especiarias, a frota foi para Cananor, a fim de comerciar uma vez mais antes de partir em sua viagem de retorno a Portugal em 16 de janeiro de 1501. Chegando a Armada à região de Quiloa, a nau El-Rei foi vítima de ventos, o que alterou o seu rumo, e fez com que encalhasse num baixio, perto da costa de Melinde. Depois do embate, Sancho de Tovar ordenou que a nau fosse abandonada, salvando-se a tripulação. A nau El-Rei foi então incendiada para não cair nas mãos dos muçulmanos.
Características técnicas
Deslocamento: 200 toneladas
Propulsão: Vela
Guarnição: 160 marinheiros

Nau "Santa Catarina do Monte Sinai" (1500-1528)
A nau Santa Catarina do Monte Sinai foi construída em Cochim, no Estado Português da Índia, e lançada ao mar em 1500, foi um dos mais poderosos navios de guerra do seu tempo.
Nau Santa Catarina do Monte Sinai
Serviu na Carreira da Índia até 1520, ano em que foi escolhida para nau-capitânia da armada que conduziu à Itália a Infanta D. Beatriz - filha de Manuel I de Portugal. Em 1524 foi escolhida para capitânia da armada que iria conduzir Vasco da Gama à Índia, como seu vice-rei. No oceano Índico participou em operações navais, entre as quais se destacou o ataque a Mombaça (1528), quando serviu de capitânia a D. Nuno da Cunha, tendo a cidade sido arrasada pelo fogo da artilharia portuguesa na ocasião.
Características técnicas
Deslocamento: 800 toneladas
Dimensões: 38 m comp.; 13 m boca
Propulsão: Vela
Armamento: 140 peças de artilharia

Nau "Nau Flor do Mar" (1502-1511)
Construída nos estaleiros da Ribeira das Naus em Lisboa, a Flor do Mar foi uma das mais avançadas embarcações da sua época, integrando a Carreira das Índias.
 Réplica da nau "Flor de la Mar" no Museu Marítimo da Malásia
Participou em vários acontecimentos marcantes no oceano Índico até ao seu naufrágio na noite de 20 de novembro em 1511 no estreito de Malaca. Na ocasião transportava Afonso de Albuquerque, de regresso da conquista de Malaca, com um imenso espólio e tesouros para o rei D. Manuel I de Portugal, que se perderam ao largo da costa da Samatra, tornando-a um dos mais míticos e cobiçados tesouros perdidos da História.
Características técnicas
Deslocamento: 400 toneladas
Dimensões: 36 m comp.; 8 m boca
Propulsão: Vela

Nau "Madre de Deus" (1589-1592)
A nau Madre de Deus foi o maior navio do mundo no seu tempo, construída na Ribeira das Naus em Lisboa em 1589, para a Carreira da Índia
Modelo da Nau Madre de Deus
Em agosto de 1592, carregada de valiosíssimas mercadorias, de regresso a Lisboa na sua segunda viagem à Índia, foi atacada e capturada por uma frota inglesa de seis navios perto da ilha das FloresSegundo o uso na época, quando um navio fosse capturado, procedia-se ao transbordo da carga e o navio apresado era incendiado e afundado. Contudo, os corsários ingleses ficaram tão impressionados com as dimensões da nau portuguesa que a rebocaram para Inglaterra. A Madre de Deus constituiu um dos maiores saques da História.
Características técnicas
Deslocamento: 1600 toneladas
Dimensões: 50 m comp.; 14,5 m boca
Propulsão: Vela
Guarnição: 700 marinheiros

Nau "N.S. do Rosário" (1647)
Nau que em 1647 largou para o Brasil na Armada do Conde de Vila Pouca de Aguiar. Neste período, Portugal estava em guerra declarada contra a Holanda, apelidado por alguns de a "primeira guerra mundial".
Nau N.S. do Rosário
A nau Nossa Senhora do Rosário" navegava em mar aberto quando dois galeões holandeses avançam para cortar o caminho do enorme navio português. Eles cercam o poderoso "Nossa Senhora do Rosário" e prendem os navios preparando-se para abordar o Galeão. O capitão português toma uma decisão importante. Ordenou que se ateasse fogo ao convés de munições, explodindo o seu próprio navio numa bola de fogo gigante. Apenas nove marinheiros sobreviveram. O navio holandês "Utrecht" foi apanhado na explosão e desapareceu no oceano naquele instante . O navio holandês "Nassau" foi terrivelmente danificado e toda a tripulação abandonou o navio.

Apólices do Real Erário (1797-1834)

O papel-moeda ou mais conhecido como notas, tem a sua origem na China do século VII, mas foi apenas no ano de 812 (século IX) que o seu uso foi oficializado. A importância de um meio de troca que facilitasse o comércio, esteve na origem no nascimento das notas como meio de pagamento ou troca.

Na Europa as primeiras notas surgiram na Suécia no ano de 1661 (século XVII), pela mão do cambista (banqueiro da Idade Média) Johan Palmstruch, que as entregava como forma de “recibo” às pessoas que depositavam ouro ou outro metal no Banco de Estocolmo, banco este que fora fundado pelo próprio.

A história do papel-moeda em Portugal, inicia-se com os chamados escritos da Casa da Moeda, no ano de 1687, sendo rapidamente aceite pela sua comodidade em relação às pesadas bolsas com moedas. 

Apólice de 5$000 Réis de 1797
A emissão das apólices do Real Erário como papel-moeda iniciou-se a 1 de Agosto de 1797.

Apólice de 10$000 Réis de 1797

Na sua origem está um empréstimo de dez milhões de cruzados para cobrir as despesas resultantes do envolvimento português na guerra do Rossilhão. 



Apólice de 20$000 Réis de 1797
Não eram notas de banco pois ainda os não havia entre nós, mas eram tratadas pelo estado como se o fossem. “Foram emitidas entre 1797 e 1807 para tentar cumprir os seus compromissos, dado que, pelas graves dificuldades financeiras em que o país se encontrava, não o podia fazer em metálico e que as pessoas não podiam recusar-se a recebê-lo nos pagamentos (curso forçado)”.

Apólice de 2$400 Réis de 1798
Apólice de 5$000 Réis de 1798
No início do século XIX, o valor em circulação destas apólices tinha atingido o valor
aproximado de 160 milhões de réis.

Apólice de 10$000 Réis de 1799
Apólice de 20$000 Réis de 1798
 Com a perspectiva da declaração de guerra da França napoleónica a Portugal, a situação financeira do país piorou. Novo empréstimo foi mandado emitir até ao montante de 12 milhões de cruzados.

Apólice de 1$200 Réis de 1799
Apólice de 2$400 Réis de 1799
Apólice de 5$000 Réis de 1799
Apólice de 6$400 Réis de 1799
Apólice de 10$000 Réis de 1799
Apólice de 12$000 Réis de 1799
Apólice de 20$000 Réis de 1799
 Após a invasão francesa, a Corte portuguesa fugiu para o Brasil a 27 de Novembro de 1807 como medida de salvaguarda da soberania nacional.

Apólice de 1$200 Réis de 1805
Uma das determinações alcançadas nas Cortes de 1821 aquando do regresso do Rei à Metropele foi o mecanismo para diminuir a dívida pública, nomeadamente o retirar de circulação das apólices do Real Erário. foi promovida a criação de uma instituição bancária estatal: o Banco de Lisboa, fundado pela Carta de Lei de 31 de Dezembro desse ano. As suas notas serviriam precisamente para substituir a função de papel-moeda das apólices.

Apólice de 2$400 Réis de 1805
Finalmente, as apólices do Real Erário foram extintas no Decreto de 23 de Julho de 1834, promulgado pelo rei Pedro IV.

Chegavam assim ao fim a experiência do papel-moeda como apólices do Real Erário e dos quase 40 anos de existência, algo ruinosa para as finanças do país, mas contribuindo, apesar disso, para a fundação do Banco de Lisboa, primórdios do que seria o primeiro e efectivo banco central português: o Banco de Portugal.