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Armada Real Portuguesa: Corvetas da década de 1860

Corveta "Damão" (1861-1871)
Foi construída em Damão por João Vito Moreira e lançada à água em Fevereiro de 1861.
Corveta "Damão"
Armou várias vezes como transporte. A corveta era considerada bonita e de boa construção, mas um veleiro medíocre. Em Janeiro de 1865, largou de Goa para Lisboa. Navegou nas águas de Angola e S. Tomé e desempenhou missão a Ajudá. Por Ofício do Ministério da Marinha de 29 de Setembro de 1870, foi o navio posto à disposição da Alândega em 25 de Outubro de 1871. Em 1905 foi entregue ao Arsenal da Marinha.

Características técnicas
Deslocamento: 
Dimensões:    
Armamento: 
Propulsão: 
Guarnição: 83 marinheiros

Corveta "Sá de Bandeira" (1862-1875)
Foi construída pelo construtor naval Conde de Linhares, sob o modelo do navio inglês "Archer". A sua construção principiou em Junho de 1859. Foi lançada à água em 30 de Janeiro de 1862. A corveta era considerada excelente como navio a vapor e má como navio de vela.
Corveta mista "Sá de Bandeira"
Em Agosto de 1862 largou para Inglaterra, para meter máquina na East Indian Docks e chegou a Lisboa em Janeiro. Em 1863 largou para Plymouth, conduzindo o Vice-almirante Conde de Penha Firme. Cumprida a missão, largou para Tânger e Casablanca. No regresso, socorreu a fragata "D. Fernando" na costa de Portugal e partiu para o mar incluída na Divisão Naval de Reserva, em viagem de instrução. Em 1864 largou para a Estação Naval de Angola, com escala por S. Vicente, Santiago de Cabo Verde e Rio de Janeiro. Na Estação Naval de Angola, desempenhou várias missões, nomeadamente, navegou em Moçâmedes, cruzou na costa, efectou comissão ao Zaire, tocou os portos de Novo Redondo, Benguela, Moçâmedes e Equíminia. Em 1865 zarpou de Luanda de regresso à metrópole. Nesse ano, navegou incluída numa Divisão Naval para Bordéus, conduzindo o Rei, a Rainha e o Príncipe Real. Devido ao mau tempo a divisão arribou a Vigo dois dias depois, desembarcando Suas Majestades. Em 7 de Outubro, a corveta seguiu para Vigo, transportando a seu bordo as bagagens de Suas Majestades e passageiros. Em 1866 partiu de Lisboa para Gibraltar e para a Estação Naval de Macau. No ano seguinte, cruzou na costa chinesa, contra os piratas chineses e desempenhou comissão ao Sião e Timor. Em 1868 fabricou em Hong-Kong. Em Maio desse ano saiu de Hong-Kong para o Japão, levando a reboque o transporte " Príncipe D. Carlos". A missão da corveta era dar protecção aos súbditos portugueses. Em 1869, partiu em socorro de Timor e navegou de Dili para Batugadé, por duas vezes, em serviço de transporte de tropas e mantimentos. No ano seguinte, zarpou para Macau. Em 1871 regressou à metrópole. Em 1874 largou de Lisboa com destino à Estação Naval de Angola. Escalou Porto Santo, Madeira, Desertas e Praia. Desde 1875 até 1879, desempenhou várias comissões em Angola nomeadamente a Santa Helena, Moçâmedes, Ambrizete e Zaire.
Em Março de 1879, largou de Luanda de regresso à metrópole. A corveta vinha atacada de formiga branca. Em Agosto de 1880, o engenheiro Conde de Linhares foi encarregado de proceder ao saneamento do navio com o intuito de extinguir o salalé e evitar que se propagasse a outros navios. Desmontou-se a máquina e retiraram-se todos os metais aproveitáveis, para se proceder à destruição da corveta. O casco foi aproveitado para uma experiência de torpedos, que ocorreu no dia 12 de Agosto de 1884. Assistiram às experiências, em Paço d' Arcos, o Rei D. Luís, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Augusto, com as suas comitivas.

Características técnicas
Deslocamento: 1429 toneladas
Dimensões: 56,61 m comp; 10,61 m boca; 3,14 m calado;   
Armamento: 12 Paixans de 32 cal.; 1 rodízio de 56 cal.
Propulsão: 1 máquinas de 200 h.p. - 1 veio = 10 nós
Guarnição: 190 marinheiros

Corvetas Classe "Infante D. João"
Foram construídas no Arsenal de Lisboa e eram corvetas mistas.
Corveta mista "Infante D. João" (1863-1878)
O seu construtor foi o engenheiro Conde de Linhares. Foi lançada à água no Arsenal da Marinha de Lisboa, em Julho de 1863. Era navio de madeira. O navio além de ter estabilidade suficiente, obedecia bem ao leme e virava bem por davante. O aparelho era seguro e de construção sólida. Em Janeiro de 1864, largou para Inglaterra de forma a meter um aparelho propulsor. Subiu o Tejo em Setembro de 1864. Em Novembro de 1864, largou para a costa incluída na Divisão Naval de Instrução. Em Janeiro de 1865, largou para a Divisão Naval de Angola, com escala pelo Rio de Janeiro e Rio da Prata, incluída numa força naval de três corvetas. Em 1865, saiu com presos e recrutas, para a ilha de S. Tomé, e correspondência para Cabinda, onde deveria apreender o palhabote "Vencedor"; cruzou ao sul de Luanda com a missão de verificar uma denúncia de tráfico de escravatura e largou para o norte com tropa, com a missão de proteger a retirada de feitorias do Ambrizete para o distrito do Ambriz. Em 1866 largou com a missão de fiscalizar as águas de Benguela; navegou para o sul com passageiros; averiguou as actividades de Francisco Franque; cruzou sobre a costa norte, com a missão de proteger as feitorias; regressou à metrópole com escala pelo Brasil. Em 1867, conduziu passageiros ilustres para a Estação Naval de Moçambique e defendeu Lourenço Marques. Em 1869, largou para Quelimane levando a reboque o iate francês "Pioner" com tropa; voltou a Moçambique e regressou, novamente, a Lisboa. Em 1871, partiu para a Estação Naval da Índia. Em 1873, recebeu fabricos em Bombaim. Em 1874, largou da Aguada para Lisboa, conduzindo a seu bordo o caixão com a ossada do falecido 2º Barão de Sabroso.
Em Maio de 1877, foi condenada por inútil. Em Fevereiro de 1878, foi vendida.

Corveta mista "Duque de Palmela" (1864-1913)

Foi lançada à água em Lisboa em 25 de Janeiro de 1864. Em 1864 largou na Divisão Naval de Instrução e em 1865 foi a Inglaterra meter máquinas propulsoras. Em 1866 largou para a Estação Naval de Angola para reprimir o tráfico de escravos e em 1870 seguiu para a Estação de Macau. Em 1874 desarmou e passou em 1877 a sede da Escola de Alunos Marinheiros em Lisboa, que em 1895 foi transferida para Faro na mesma corveta. Dessa época, conta-se que se deve à sua tripulação a organização do primeiro jogo de futebol que alguma vez se disputou no sul do país. O evento (que tem a sua graça) ocorreu em Faro, em 1907. 
Em 1913 desarmou e foi vendida no ano seguinte.

Características técnicas
Deslocamento: 952 toneladas
Dimensões: 50 m cop.; 9 m boca; 4,5 m calado
Armamento: 12 Paixans de 32 mm; 1 rodízio Brackeley 56 mm
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maq. a vapor de 150 h.p. 1 veio = 7 nós
Guarnição: 164 marinheiros

Corveta "Duque da Terceira" (1864-1911)
A Corveta mista "Duque da Terceira" foi construída no Arsenal da Marinha em Lisboa e foi lançada à água em 08 de Abril de 1864.
Corveta Mista "Duque da Terceira" 


 Em 1872 largou para a Estação Naval de Angola e em 1879 tomou parte nas operações militares da Guiné, visitou a América do Sul, e esteve por diversas vezes na Estação Naval de Angola; em 1897 participou nas campanhas de Gaza, em Moçambique, e apoiou as operações contra os Namarrais; regressou a Lisboa em 1898 e, a partir dessa altura, apenas efetuou viagens de instrução. Em Março de 1906 passou ao estado de desarmamento e em Maio, ainda foi mandada servir de depósito de praças do Corpo de Marinheiros.
Em 1911 foi vendida em Lisboa por inútil.

Características técnicas
Deslocamento: 1 429 toneladas
Dimensões: 54,84 m comp.; 10,48 m boca; 4,90 m calado
Armamento: 14 peças 32 mm; 1 rodízio Brackeley
Propulsão: 1 maq. horizontal de tirante invertido de 600 h.p.; 1 veio = 9,75 nós
Guarnição: 224 marinheiros

Corveta "Infante D. Henrique" (1869-1879)
Era a corveta inglesa "Hawk", comprada em Inglaterra em 1868. Tratava-se dum navio de madeira. O navio foi entregue ao Governo Português em 26 de Agosto de 1869. Por Portaria de 6 de Novembro de 1869 passou a considerar-se corveta e a chamar-se "Infante D. Henrique".
Corveta "Infante D. Henrique" no Rio Tejo

Em Outubro de 1869, largou de Londres para Lisboa. Em Abril de 1870, conduziu, de Luanda para Moçambique, o novo Governador, Conselheiro General José Rodrigues Coelho do Amaral. Em Dezembro desse ano, largou de Moçambique para a Estação Naval de Angola. Em 1871, efectuou comissão ao Zaire; largou para cruzeiro de instrução na costa sul; completou o sistema defensivo de protecção a Novo Redondo; visitou o Zaire, indo fundear em Banana; navegou para o Ambriz, para substituir o destacamento do Bembe; conduziu tropas a Novo Redondo. Em 1872, visitou ao rio Zaire; desempenhou missão de auxiliar, com os escaleres de bordo, ao embarque da tropa em Moçâmedes, Benguela e Novo Redondo e regressou para a metrópole, com escala por S. Tomé. Em 1873, largou com carta de prego para Cádis, com a missão de proteger ali os interesses portugueses; desempenhou missão em Tânger e cumprimentou o novo Imperador de Marrocos pela sua elevação ao trono.
Em Fevereiro de 1880, após ter sido reconhecido que não merecia fabrico, foi vendido.

Características técnicas
Deslocamento: 1 011 toneladas
Dimensões: 52 m comp.; 10 m boca; 4,86 m calado
Armamento: 11 peças
Propulsão: 1 máquina a vapor de 200h.p. - 1 veio = 11 nós
Guarnição: 198 marinheiros

Armada Real Portuguesa: Corvetas da década de 1850

Corveta "Goa" (1851-1873)
Foi construida no estaleiro de Malim, em Goa. O navio era todo de teca e feito pelo risco da corveta "Elisa", embora se dissesse que, afinal, com ela nada se parecia. Foi lançada à água em 4 de Janeiro de 1851, na presença do Governador José Ferreira Pestana. Era um navio regular de vela que, sem ser pouco aguentador, nem fraco de borda, podia com a artilharia que montava.

Em 1852, a corveta foi aprontada para seguir viagem rumo a Lisboa com escala por Moçambique, Moçâmedes, Luanda e Faial. Desempenhou várias comissões ao norte e a sul da costa de Angola, conduziu militares e material bélico para o Ambriz; desempenhou comissão no Zaire; desempenhou comissão na Madeira e nos Açores; conduziu passageiros ilustres para S. Tomé e Príncipe, Bissau, Cabo Verde, Timor e transportou os presos da revolta militar que rebentara em Dili.
Por Portaria, de 26 de Fevereiro de 1873, foi mandada converter em depósito flutuante de carvão.

Características técnicas
Deslocamento: 
Dimensões: 36,60 m comp.; 9,35 m boca; 4,88 m calado
Armamento: 24 peças
Propulsão: 
Guarnição: 156 marinheiros

Corveta "Sagres I" (1858-1898)
A corveta "Sagres" era uma corveta mista (propulsão a vela e vapor) construída em madeira pela casa Young de Londres sob a inspecção de Sartorius, Conde de Penha Firme, foi lançada à água em 3 de Julho de 1858.
Corveta "Sagres I" em Massarelos no rio Douro
Em 1858 integrou a Força Naval de D. Luís em comissão especial à Madeira e Açores. Em 1859 largou para Antuérpia, incluída numa força naval que conduzia o Real casal , D. Maria Ana e o Príncipe Frederico Augusto Jorge. Em 1860 a corveta foi escolhida para apresentar cumprimentos à Imperatriz da Áustria. Conduziu os Governadores de Angola e Cabo Verde. Em 1862 largou para Génova em viagem diplomática. Em 1862 integrou a esquadra que conduziu de Génova a Portugal, a Rainha D. Maria Pia. A nau acompanhou os russos nas honras fúnebres ao Príncipe Russo no Tejo. Prestou honras em Gibraltar ao Príncipe Amadeu. Em 1865 largou para Bordéus integrado numa divisão naval que conduziu a Família Real em visita aos Reis de Itália. Em 1875 largou para Cascais onde ficou às ordens do Rei. Desempenhou comissão a Marrocos, Zaire, S. Tomé e Brasil. Prestou bons serviços na Estação Naval de Angola.
A nau entrou em fabricos para ser adaptada a navio-escola fundeado, que terminaram a 5 de Outubro de 1882. Em 1898 a Escola de Marinheiros passou da "Sagres" para a corveta "Estefânia". Em 7 de Setembro era abatida ao Efetivo dos Navios da Armada e, pouco depois desmanchada.

Características técnicas
Deslocamento: 1 382 Toneladas
Dimensões: 79 m comp.; 9,9 m boca; 4,47 m calado
Armamento: 10 peças
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maquina de baixa pressão de 300 h.p. - 1 veio = 12,6 nós
Guarnição: 137 marinheiros

Corveta "Bartolomeu Dias" (1858-1905)
Corveta mista com propulsão a vela e a vapor, foi construída no Reino Unido, em 2 de Janeiro de 1858, sendo a primeira corveta da Marinha Portuguesa com propulsão a vapor. 
Corveta "Bartolomeu Dias" em Ponta Delgada 1891
Fez parte da divisão naval, enviada de Portugal para o Brasil, em defesa dos interesses portugueses por ocasião da Guerra do Paraguai. Foi incendiada em Angola, em 1905 por não se achar em condições de utilização.

Características técnicas
Deslocamento: 2 377 toneladas
Dimensões: 63,10 m comp.; 11,35 m boca; 6,4 m calado
Armamento: 1 rodízio a vante; 18 peças
Propulsão: 3 mastros de velas redondas; 1 maq. horizontal de baixa pressão de 1100 h.p.; 1 veio =10 nós
Guarnição: 300 marinheiros

Corveta "D. Estephania" (1859-1909)
Foi construída e lançada à água no Tamisa em Inglaterra em 1859.
Corveta "D. Estephania" no Porto
Em 1866 passou mostra de desarmamento. Em 1898 passou a sede da Escola de Alunos Marinheiros do Porto, em substituição da Sagres. Em 1860 tomou parte na expedição a Angola e em 1862 fazia parte da Divisão Naval de Reserva.
Em 1909 perdeu-se por encalhe ao norte do farolim de Felgueiras.

Características técnicas
Deslocamento: 2 368 toneladas
Dimensões: 61,72 m comp.; 12,6 m boca; 4,88 m calado
Armamento: 18 peças 32 mm; 2 rodizios 68 mm
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maq. baixa pressão de 400 h.p. 1 veio = 10 nós
Guarnição: 180 marinheiros

Armada Real Portuguesa: Canhoneiras da década de 1850

Canhoneiras Classe "Argos"
Vapores de hélices construídos em Inglaterra em 1852. Foram os dois primeiros vapores de hélices construídos para a nossa Marinha. Desempenharam na costa comissões de fiscalização aduaneira.
Canhoneira "Argos" (1852-1877)
Em 1877 o "Argos" foi mandado passar ao estado de desarmamento.
Canhoneira "Lince" (1852-1875)
Em 1875 o "Lince" passou mostra de desarmamento e em 1877 foi mandado entregar à Alfândega de Lisboa.
Características técnicas
Deslocamento: 395 toneladas
Dimensões: 3,04 metros (calado)
Armamento: 2 Peças
Propulsão: 1 máquina a vapor – 1 veio = 7 nós
Guarnição: 75 homens

Canhoneira "Barão de Lazarim" (1858-1873)
Escuna de vapor de madeira que foi lançada à água em Lisboa em 22 de Setembro de 1858.
Foi o primeiro navio de vapor construído no Arsenal da Marinha de Lisboa e no País.
Foi mais tarde classificada como canhoneira. Prestou serviço na Estação Naval de Moçambique na repressão da escravatura.
Canhoneira Barão de Lazarim
Em 1869 foi mandada passar ao estado de desarmamento e em 1873 condenada por inútil.
Características técnicas
Deslocamento: 169 Toneladas

Canhoneira "D. Maria Anna" (1859-1873)
Canhoneira de madeira que foi lançada à água em Inglaterra em 3 de Setembro de 1859. Prestou serviço em Angola e em Moçambique na repressão da escravatura.
Canhoneira D. Maria Anna
Em 1873 desarmou em Lisboa e foi condenada no ano seguinte e mandada vender.
Características técnicas
Deslocamento: 250 Toneladas
Armamento: 6 peças

Armada Real Portuguesa: Corvetas (1821-1858)

Corveta "Urânia" (1821-1852)
A corveta "Urânia" foi construída na Baía em 1821, por Manuel Costa. Em 1823 passou a chamar-se "Urânia", tendo sido antes "Dez de Fevereiro". A corveta andava de bolina e era bom navio de barlavento; com vento e mar atirava bastante de popa à proa; e à popa era de pouco andar.
Corveta "Urania"
Em 1822 a corveta foi incluída na Esquadra de cruzeiro da Baía, com a missão de proteger a Baía contra qualquer reacção de D. Pedro. Na Baía foi incluída numa fracção da Esquadra de João Félix, cujo objectivo principal era a protecção da expedição dos cinco batalhões esperada de Lisboa. Em 1823 largou da Baía, incluída na força de João Félix Pereira e Campos que dava comboio aos navios que conduziam as tropas do Brigadeiro Madeira a Portugal. Em Outubro de 1823, largou para os Açores, conduzindo o Capitão-general Francisco de Borja Garção Stockler e uma força de 500 soldados. Em 1826 efectuou comissão a Argel com escala por Gibraltar e efectuou uma expedição à Madeira incluída na Esquadra do Almirante Sousa Prego. Em 1829 largou para os Açores, integrada numa fracção da expedição do Almirante Rosa Coelho. Em Agosto de 1829 encontrou-se no bloqueio da Terceira. Em 1830 assumiu o comando do bloqueio da Terceira. Em Junho de 1831, a corveta "Urânia" foi apressada e enviada para Brest. O navio foi resgatado em 1837 e chegou a Lisboa em Maio de 1838. Em Outubro de 1838, saiu para Angola, conduzindo o Governador-geral.
Desde 1843 até 1846, serviu na Estação Naval da África Ocidental. Em 1846 regressou à metrópole. A corveta ainda desempenhou outras missões, nomeadamente, fiscalizou a costa algarvia para impedir o desembarque clandestino de pessoas e carga, cruzou por várias vezes a costa de Portugal e a costa de Angola e, apresou navios negreiros.
Em 10 de Dezembro de 1852 foi vendida por inútil.
Características técnicas
Dimensões: 35,36 m comp.; 9,14 m boca; 7,62 m calado
Armamento: 24 peças
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "D. João I" (1828-1874)
Foi construída em Damão, em teca, por Jadó Simogi, pelo risco da corveta "Infante D. Miguel", aproveitando os materiais do desmancho desta corveta e lançada ao mar em 9 de Outubro de 1828. Tinha boas qualidades náuticas.
Corveta "D. João I" na Estação Naval de Macau
O navio entrou em Goa a 28 de Novembro de 1828. Em 1830, largou de Goa para Lisboa, conduzindo o ex-Governador de Macau. Em 1831, a corveta foi tomada pelo governo francês ao mando do Almirante Roussin, sendo resgatada em 1834. Nesse ano, largou para Sardenha, com uma missão diplomática a favor do Governo Liberal. Em 1836, navegou para os Açores com carta de prego. Em 1839, saiu para cruzeiro nas ilhas. Em 1840, levantou ferro do Funchal para o Maranhão, com a missão de proteger os portugueses ali residentes. Em 1840, saiu para o Algarve para conduzir o Batalhão de Infantaria 8. Em 1841, largou para os Açores, com a missão principal de reprimir o contrabando. Do Faial partiu para o Rio de Janeiro, em Outubro de 1841, o objectivo era reforçar a Estação Naval Portuguesa na América do Sul. Em 1842, saiu para a Estação Naval de América do Sul, no intuito de proteger os interesses de Portugal naquelas terras.
Em 1847, levantou ferro para a Madeira e Açores, para apoiar as novas autoridades nomeadas pela Rainha após a assinatura da Convenção de Gramido. Em 1849, largou para o Brasil, conduzindo o ministro plenipotenciário de Sua Majestade à Corte do Rio de Janeiro e sua família. Em 1850, largou do Rio de Janeiro para Macau, conduzindo o novo Governador Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Alexandrino da Cunha. Em Janeiro de 1851, a "D. João I" largou de Macau para Hong-Kong, conduzindo o novo Governador, Capitão-de-mar-e-guerra Francisco António Gonçalves Cardoso. Em 1852, partiu integrada no séquito naval da Duquesa de Bragança, à ilha da Madeira. No ano seguinte, levantou ferro para Macau com escala pelo Cabo da Boa Esperança e Timor. Em 1854, conduzindo o Governador da província e o ministro plenipotenciário francês, largou de Macau para Ning-Pó, fazendo escala por Hong-kong e Amoy. Em Julho de 1854 a corveta travou combate com os piratas chineses com completo êxito. Em 1860, o navio preparou-se para desempenhar uma missão importante - conduzir a seu bordo o Capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães, Governador de Macau, ao Japão, a negociar um tratado de paz, amizade e comércio com os japoneses. Em 1861, largou em segunda viagem ao Japão, com escala por Xangai, para se proceder ali à ractificação do tratado do comércio luso-japonês. Devido ao mau tempo não chegou ao seu destino. Em 1864, partiu do Tejo conduzindo guarnições para canhoneira "Maria Ana" e a escuna "Barão de Lazarim" navios que se encontravam em Moçambique. Em 1865, realizou uma viagem de instrução aos arquipélagos dos Açores e Madeira. Em 1866, saiu para a Estação Naval de Angola, conduzindo o Governador-geral de Angola. Em 1869, largou a fim de reforçar a Estação Naval de Macau, durante a travessia o navio sofreu uma violenta tempestade que apenas o seu Comandante Tomás Andreia evitou o pior. Em 1871, realizou um cruzeiro nos Açores, com a missão de evitar a emigração clandestina. Em 1872, largou, por duas vezes, de Lisboa para a viagem de instrução e cruzeiro nos Açores. Em 1873, efectou um cruzeiro na costa de Angola.
Por Portaria de 30 de Abril de 1874 passou ao estado de desarmamento. Em 10 de Dezembro de 1877, a corveta servia de depósito de pessoal da Estação Naval de Angola. Em 1892 ainda existia encalhada na ilha de Luanda, mas já sem mastreação.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 45,54 m comp.; 10,56 m boca; 6,27 m calado
Armamento: 2 peças de bronze de calibre 18, 1 peça de bronze de calibre 3, 16 caronadas de ferro de calibre 32; armamento portátil - 60 espingardas de fuzil, 20 pistolas de fuzil, 4 bacamartes de canos de bronze, 45 espadas e respectivos cinturões, 60 baionetas e respectivos cinturões, 20 chuços, 90 cartucheiras de cinto
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "Oito de Julho" (1834-1856)
Foi construída no Arsenal da Marinha em Lisboa e lançada à água em Julho de 1834. Foi o primeiro navio português com popa militar. Era rijamente construída, de muita praça e fraca tonelagem. Fácil de manobrar e bonanceira.
Corveta "Oito de Julho"
Em Maio de 1840, partiu para o Rio de Janeiro, com escala pelo Funchal. Conduzia o ministro Plenipotenciário Conselheiro Bayard, família e empregados, junto à Corte do Rio de Janeiro. Em Setembro desse ano, zarpou de Montevideu para a Estação Naval de Angola. Em 1841, largou, por duas vezes, para cruzeiro na costa norte e nas águas de Luanda; efectuou comissão, respectivamente, em Benguela e Dande e conduziu passageiros e carga, tendo entrado em Novo Redondo, Benguela e Moçâmedes. Em 1842, fundeou em Cabinda. O filho do Príncipe Mafuca Franco esteve a bordo do navio. Em Julho desse ano a corveta entrou em Luanda a ali soube que a Carta Constitucional de 1826 fora restaurada. O juramento da Carta foi feito a bordo da corveta em 15 de Julho de 1842. Em 1843 efectuou comissão a Benguela e Moçâmedes, tendo fundeado no Lobito e em Moçâmedes, entrou em Benguela e ainda regressou à metrópole. Em Outubro de 1846 achou-se no bloqueio da barra do Douro, com a missão de impedir a saída dos vapores da Junta Revolucionária. Em Março de 1847 saíu para o bloqueio do Porto com outros navios. Quando, se encontrava , próximo da terra entre Matosinhos e Mindelo, revoltou-se a guarnição da corveta e entregou o navio à Junta do Porto. As Forças Navais Aliadas, em Maio de 1847, apresaram à saída da barra do Douro os navios da Junta, entre os quais a corveta "Oito de Julho". Mais tarde, em Junho de 1848, zarpou para a Estação Naval Portuguesa da Costa Ocidental de África. A corveta conduzia passageiros, entre os quais o Governador-geral de Cabo Verde. Em Outubro de 1849 navegou para o sul com escala pelo Ambriz. Fundeou em Benguela e no Lobito. Em Dezembro desse ano, partiu de Luanda a cruzar na costa norte. Fundeou em Ambriz e deu fundo no Zaire. Em Fevereiro de 1850 efectou comissão a S. Tomé. Depois em Julho, navegou de Luanda para cruzeiro na costa sul. Em Janeiro de 1851, partiu com tropa para Benguela. Em Fevereiro desse ano, partiu de Luanda e foi fundear em Dande pouco depois; passou no Ambriz e Ambrizete e entrou em S. Tomé, conduzia o Governador de S. Tomé e Príncipe. Em Maio de 1851 navegou de Luanda para o sul; passou por Benguela, Egito, Lobito, Quicombo e Benguela. Em Fevereiro de 1852 zarpou para S. Tomé, para desempenhar comissão a Ajudá. Em Setembro desse ano regressou à metrópole, com escala por S. Tomé.
Em Novembro de 1855, passou ao registo do porto. Terminou o serviço de registo em Outubro de 1856. À volta de 1856, foi desarmada e considerada inútil.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 36,27 m comp.; 9,21 m boca; 3,66 m calado
Armamento: 24 peças
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "Porto" (1848-1858)
Foi construída no Porto por Bernardino Joaquim de Azevedo. Era cavilhada, pregada de bronze e levava 22 tanques quadrados e 22 acutelados que comportavam aguada para 180 dias, para 180 homens. O navio tinha excelentes qualidades náuticas, andava bem e não puxava pelos cabos.
Corveta Porto
Em Novembro de 1849, chegou a Lisboa vindo do Porto. Em Julho de 1851, zarpou para a Madeira e Cabo Verde, conduzindo passageiros entre os quais o Governador daquela província e sua família. Em Abril de 1852, largou para a barra do Porto onde ficou às ordens da Rainha. Em Agosto de 1853, saiu para viagem de instrução de Aspirantes ao Mediterrâneo. Passou por Cádis, Caracas, Gibraltar, Cartagena, ilhota Scombrera, Barcelona, entre outros. Em Dezembro de 1853 navegou para a Madeira, Cabo Verde e Guiné, conduzindo correspondência oficial. Em Junho de 1854 conduziu para o Funchal o Governador da Madeira e sua família.
Em Janeiro de 1855 desarmou para fabricos. Em Janeiro de 1858 incendiou-se na Azinheira, pelo que foi desarmada e abatida ao Efectivo dos Navios da Armada.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 37,49 m comp.; 10,83 m boca; 5,79 m calado
Armamento: 18 peças de ferro e 2 peças de bronze
Guarnição: 210 marinheiros